sábado, 31 de março de 2007

O Antigo e Consciente Raimundos.




Por: Jessamy




Falando na velha formação, Raimundos foi uma banda que inovou com seu hardcore / punk rock nacional misturada com o forró e influenciada pelos Ramones. De início parecia uma salada de frutas, pela diferença dos estilos musicais, mas eles conseguiram fazer com que desse certo.

O motivo de estarmos falando de Raimundos, é por uma música em específico: “Deixa eu falar”.

Nessa canção eles protestam sua (tão invejada e tão desejada) liberdade de expressão, para falar livremente sobre as coisas do mundo, da mídia e como ela transporta isso para as pessoas, sem que estas participem, apenas assistam ou ouçam os fatos, e não participe de forma ativa deles.

O cd “Só no forevis” de 1999, traz também grandes sucessos como “Mulher de fases”, “Me lambe” e “A mais pedida”. É uma boa pedida para quem quer descontrair um pouco e dar uma variada de estilo musical no final de semana.

Raimundos - Deixa eu Falar

Foi mal, foi mal, foi mal ae véi
Se eu falei um monte de coisa que você não gosta
Com o microfone eu tenho a faca e o queijo
Olho o jornal, eu ouço rádio, eu só ouço bosta
E na TV eu não gosto de nada que eu vejo
 
Uma camisa de força tamanho mirim
Vai tem que me explicar tim-tim por tim-tim
Por que a lei só se aplica a mim
Perigo pra sociedade é o que me dizem
E penso comigo mesmo: porque não eu
Pra cuspir o pensar e taxarem de crime
 
"É inverno no inferno e nevam brasas
Por favor escondam-se todos em suas casas
Pois o anjo caído voa com novas asas
Raimundos, Natirus, Black Alien
Quebrando a espinha de filhos da puta
Como num mergulho de águas rasas"
 
 
Liberdade de expressão!                      
Deixa eu falar filha da puta! Expressão!
 
A livre expressão é o que constrói a nação, 
Independentemente da moeda ou sua cotação.
 
Deixa eu falar filha da puta! Expressão!
 
Preste atenção no que eu vou dizer
Consciência e rebeldia é o que eu preciso ter
Pois minha mente pede um Hardcore ou reggae
A mensagem vem das ruas, não dá pra esconder
 
Eu tenho um segredo, já não tenho medo
Viver não vale nada se eu não me expressar
Seja certo ou errado, de cara ou chapado
Quem é calango do cerrado nunca vai mudar!
 
Liberdade de expressão!
Deixa eu falar filha da puta! Expressão!
 
A livre expressão é o que constrói a nação,
Independentemente da moeda ou sua cotação
 
Deixa eu falar filha da puta! Expressão!
 
De junho a junho eu nasço,
Eu morro de março a março
Presencio cenas impossíveis de traduzir para o cinema
Não perco atuações e atos
Nem quando abaixo para amarrar os cadarços
Espaço, espaço, preciso de espaço
Para mostrar para esses covardes
Seu crepúsculo de aço
Imperial, como Carlos eu passo
Conexão nordestina até Niterói
Morte e Vida Severina
             

Passando por Brasília, reis... (caralho!)



Se Liberdade de expressão é o direito de se manifestar opiniões livremente, ela existe no nosso meio social atual?

Existe sim! NÓS devemos colocar em prática!

Até semana que vem!

quinta-feira, 29 de março de 2007

Contemporâneo





Por: Alessandra


“Pode-se viver o tempo historicamente ou filosoficamente, de ambos os modos o mesmo tempo ou de nenhum deles.”
Marx



O tempo é pessoal e indiscutível. Pessoas contemporâneas podem viver em tempos diferentes, pois o tempo reside dentro de cada um. É preciso que cada um tenha seu tempo, para que os momentos possam ter um sentido único para cada participante, para que as obras possam gerar impressões indescritíveis e inigualáveis em cada um.

A exposição Contemporâneo – Arte no Brasil 1981-2006, em cartaz na cidade, traz ao público paulistano essa dualidade do tempo. Com 127 obras do acervo do Instituto, dos últimos 25 anos, essa mostra tem como objetivo instigar à reflexão sobre arte contemporânea na atualidade e suas formas de apresentação, sob a idéia geral de que a beleza persiste nas diversas formas.

No andar térreo foi montado um cronograma com a história das exposições realizadas pelo Itaú Cultural nos últimos anos. Além do colorido vibrante, o que atrai os visitantes são as abordagens multimídia, como uma reprodução virtual de como teria sido a Av. Paulista em 1919. No meio da sala de exposição há convidativos puffs com fones para se ouvir estações experimentais, criadas a partir de obras dos projetos anteriores, e uma maquete geral com áudio do curador.

Contemporâneo abriga muitas obras abstratas. A arte abstrata busca ser universal, capaz de ser apreciada em todos os lugares e em todos os tempos. Ela é o símbolo da contemporaneidade absoluta. Onicontemporaneidade. Fim dos tempos, fim da história.

Em uma sala espelhada, no primeiro subsolo, estão “variações da razão pura” - obras geometricamente baseadas. Do outro lado oposto nos deparamos com o abstracionismo nos campos da cor.

No segundo subsolo, há a sala Icônica que busca deixar a sensibilidade sensorial pela geral, partindo do pressuposto de que “onde prevalece a vontade de potência se exige participação do espírito”. Dentre as obras neste nível dêem uma atenção especial a obra COPAN, de 2003, que de relance parece um simples rascunho, mas é formada por algarismos numéricos de forma artesanal. Ainda neste espaço estão abrigadas as antiformas e os não-objetos. Formas livres do contexto e de si mesmas, são dispositivos para o esquecimento que só existem uma vez. Dentre elas é imperdível ALFABETO, de 1994,obra em madeira que traz surrealmente um alfabeto de símbolos abstratos, que parece absurdo a princípio, mas como tantas outras coisas, poderia ser...

No andar superior “Arte como Arte”, onde se concentram a maioria das telas, com fundo sonoro. Na linha da idéia, tudo pode ser tema de arte. Com diversos tipos de linguagem, as obras permitem várias releituras e associações. Vale conferir Os EXCLUÍDOS, tela onde, a partir de uma fotografia antiga, o artista recria o que poderia ter sido a vida daquele homem. A sessão Inflexão lembra obras pesadas, assemelhadas à instrumentos de tortura, e parece um pouco deslocada em meio a leveza da exposição.

E antes de entrar, não deixe de reparar no exterior do prédio, uma das obras de arte está ali, escapando... ou saindo... ou voando... observe novamente depois que sair.

A exposição fica em cartaz no Itaú Cultural, na Avenida Paulista, até o dia 27 de maio de 2007, de terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h, e a entrada é franca. Juntamente com a exposição, o centro recebe o festival de filmes “É tudo verdade”, num projeto integrado com outras salas da cidade e também gratuito. Vale a pena conferir.


“Toda arte é contemporânea” - ou melhor, “a boa arte é contemporânea” porque conversa com todos e ultrapassa seu tempo.”
Teixeira Coelho - curador

terça-feira, 27 de março de 2007

Jerusalém - Terra Santa de Muita Desgraça

Por: Leonardo


Há mais de 5000 anos, depois de um período de seca assolou a Península Arábica, os cananeus, tribos dos árabes semitas, vieram se estabelecer nos territórios a leste do Mar Mediterrâneo que formam, hoje, a Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina. Os Jebusitas, um subgrupo cananeu, fundaram Jebus - Jerusalém- no lugar onde ele está localizada hoje e edificaram o primeiro muro ao seu redor, dotado de 30 torres e sete portões. Aproximadamente 2000 anos mais tarde, os filisteus, vindos de Creta, chegaram na terra de Canaã. Misturaram-se com as tribos cananéias e viveram na área sudoeste da moderna Palestina, sobre a costa do Mar Mediterrâneo na área que agora se estende na Faixa de Gaza até Ashdod e Ashkelon. Os cananeus deram aos territórios que eles habitaram o nome bíblico de "A Terra de Canaã", enquanto os filisteus deram-lhe o nome de Filistina ou 'Palestina'.

Os cananeus descobriram que estavam em uma localização estratégica e cercada por poderosos impérios originários a sudoeste no Egito, a oeste no Mar Mediterrâneo e a nordeste pela Mesopotâmia e Ásia. Mais de um milênio antes do nascimento de Cristo, egípcios, assírios, babilônicos, persas, mongóis, gregos e romanos cresceram ao redor da terra dos cananeus e filisteus e a governaram por variados períodos de tempo. A posição geográfica da área significava que ela servia tanto como uma ponte entre os vários impérios regionais, como uma arena para lutas e conflitos entre eles. Em conseqüência, os cananeus nunca puderam estabelecer um estado forte e unificado e suas organizações políticas tomaram a forma de cidades independentes dotadas de governos ligados por relações federativas.



Entre as cidades costeiras mais proeminentes dos filisteus, cananeus e fenícios que habitaram a área da atual Palestina estavam Beirute (Bairtuyus), Sidon, Tiro, Acre, Ashkelon e Gaza. As cidades cananéias do interior incluíam Jericó, Nablus (Shikim) e Jerusalém (Jebus). A religião dessas primeiras civilizações da Palestina era centrada na natureza: o céu era o Deus Pai e a terra era a Mãe Terra. Esses povos semitas de Canaã formaram a base do tronco do qual descendem os palestinos de hoje.

Em termos de geografia, demografia, sociedade, economia e vida cultural, Jerusalém tem sido o centro da Palestina e o grande ponto de encontro de importantes corredores leste-oeste, norte-sul. De fato, desde os tempos das civilizações mais primitivas da Palestina, Jerusalém tem sido a parte mais importante e inseparável da Palestina. Assim, quem quer que controle Jerusalém fica numa posição de dominação sobre a Palestina. Nela localiza-se a raiz da turbulenta e conflituosa história da cidade de Jerusalém.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Battle Royale





Por: Marcão



Já tem algum tempo desde que as editoras brasileiras de quadrinhos têm o objetivo de mostrar ao público geral que os quadrinhos não são coisas de crianças. Sempre com atitude de inovação, a editora Conrad começou a explorar mundo dos quadrinhos adultos que muitos ainda não conhecem.

Dos mistérios de Neil Gaimman com Sandman até aos detalhes eróticos na arte de Milo Manara, o mundo dos mangás não fora esquecido e, certamente, um dos principais títulos da nova geração de quadrinhos / mangás para o público adulto é Battle Royale.

Escrito por Koushun Takami e Masayuki Taguchi, Battle Royale se passa em um Japão que existe um jogo patrocinado pelo governo conhecido como O Programa. Nesse jogo é selecionada aleatoriamente uma sala de aula do colegial de todo o Japão. A sala escolhida é enviada para uma ilha deserta e todos os alunos participarão do jogo onde o último que sobreviver dentro de todos eles é o vencedor. Para que o jogo aconteça, cada aluno receberá armas e provisões e, se pelo menos um aluno não morrer por dia, coleiras explosivas que foram presas nos pescoços dos participantes explodirão e todos morrerão.

Battle Royale é até hoje um causador de polêmicas em muitos lugares, inclusive no próprio Japão, pelo excesso de violência explicita que é exibida a cada quadrinho. No entanto o mangá não é apenas hostilidade gratuita e desenfreada, pois além de toda a violência há um conceito de ética envolvido em sua história onde mostra os verdadeiros valores do ser humano e até onde os namorados e amigos de infância são capazes de arriscar a sua vida pelo bem alheio ou pelo seu próprio bem.

O mangá está atualmente em sua 4ª edição no Brasil e é um dos mangás mais procurados no momento. Se você está cansado de mangás bonitinhos com superpoderes e está procurando algo mais “pé no chão”, dentro da realidade, Battle Royale é pedida obrigatória.

Flow ae!

sábado, 24 de março de 2007

Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro no SESC Vila Mariana.

Por: Jessamy



Dorival Caymmi é um grande compositor baiano influenciado pela música de rua da Bahia. Com suas novas ousadias com o violão, conquistou a atenção de Tom Jobim com a modernidade nos novos acordes. Suas influencias foram a musica do pai, de João Gilberto, Tom Jobim e o Jazz norte-americano de Nat King Cole, Sarah Vaughn e Ella Fitzgerald.

Paulo César Pinheiro está de longe associado ao ápice da música brasileira da segunda metade do século XX, atravessando três gerações de letristas: de Pixinguinha a Lenine. Seus principais intérpretes foram Elis Regina, Clara Nunes, Paulinho da Viola e Nana Caymmi.

O compositor de “O que é que a baiana tem?” e “Você já foi a Bahia” aos 93 anos de idade juntamente com o poeta Paulo César Pinheiro, letrista de “Quaquaraquaqua” e “Matita Perê”, apresentam suas canções e poemas, compostos ao longo dos 37 anos de parceria, no ápice de sua criatividade e ousadias.
O espetáculo acontecerá no teatro do Sesc Vila Mariana, nos dias 07, sábado, às 21h e 08/04, domingo às 18h.
O custo varia para aposentados (mais de 60 anos) e estudantes com carteirinha UMES, UBES e UNES, R$ 10,00. Inteira R$ 20,00.

Rua Pelotas, 141
Vila Mariana
São Paulo - SP
telefone: 11 5080-3000
fax: 11 5539-4201
e-mail: email@vilamariana.sescsp.org.br

sexta-feira, 23 de março de 2007

CARROS

Por Danilo Cecconi

Para quem gosta de velocidade, automóveis e adrenalina, carros é uma ótima pedida. A Disney, associada com a PIXAR, maior produtora de animação, criaram uma obra prima do desenho animado.

Carros conta a história de Relâmpago McQueen, um corredor novato da Copa Pistão, a maior competição, só que muitos ficaram admirados por um novato ganhar tantas provas do campeonato. A disputa não acaba apenas no campeonato, mas também estão brigando para entrarem na equipe Dinoco que é um ótimo patrocinador.

Só que a vida é uma caixinha de surpresas, pois quando McQueen viajava para sua corrida final, seu caminhão acaba adormecendo e acaba derrubando McQueen. Quando McQueen acorda se vê no nada ele resolve se apressar para chegar na corrida. Só que ele entra numa cidade chamada Radiotos Springs, onde acaba destruindo toda a estrada e é condenado a consertar toda a estrada da cidade. Nesse período ele faz muitos amigos, como Motte, Sally, Suige, Guido e outros que o mostram que a vida não é só corrida e que ele tem que deixar de ser menos convencido.

Junto com os seus amigos ele consegue ir até a sua final da Copa Pistão, que com a lição de vida que ele teve durante a sua “estadia” em Radiotos Spring prefere ajudar um amigo que ganhar a corrida.

Carros é uma boa pedida para toda a família e indispensável para os amantes da animação.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Theatro Municipal da Cidade de São Paulo

Por: Alessandra



Na cidade de São Paulo a arquitetura moderna dos prédios comerciais se mistura com as construções antigas, proporcionando o charme da metrópole. Dentre os antigos edifícios tombados como patrimônio histórico, o Theatro Municipal de São Paulo se destaca, por sua elegância e estilo.
O Theatro Municipal fica na Praça Ramos de Azevedo, e visita-lo é primordial para qualquer habitante da cidade. Além de ser, pela própria estrutura, um ícone cultural paulistano, ele abriga as mais diversas formas de expressão artística, não somente em seus palcos, mas também nas diversas obras de arte que compõe seu interior – o próprio mobiliário do teatro é uma obra à parte, com balaustres folheados a ouro. Para quem se interessar em pesquisar mais a fundo essas influências, a Prefeitura de São Paulo mantém permanentemente o Museu do Theatro Municipal (MTM) que fica nos baixos do Viaduto do Chá e funciona de terça à domingo, das 09 às 17h.


Balé da Cidade




O Balé da Cidade de São Paulo foi criado em 1968 como Corpo de Baile do Theatro Municipal. Nomes importantes da dança contribuíram para que se tornasse o que é hoje: uma das principais companhias de dança contemporânea do país.
Através do encontro de música e movimento, este corpo de dança traz mais do que apenas coreografias, e traz novas visões do cotidiano e da vida, além de resgatar arte clássica com nuances modernos, que a aproximam da realidade do espectador.

quarta-feira, 21 de março de 2007

A Educação atual no Brasil

Por: Marcio Zonta



O cenário da educação brasileira não é muito promissor se analisarmos os últimos dados levantados pelo ministério da educação – Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e Censo da Educação Básica.





Universalização do Ensino continua baixa

· O ensino básico do ano de 2006 teve 529,740 alunos a menos que em 2005;

· O ensino médio perdeu no último ano 124.483 alunos;

· Apenas na região sudeste perdeu –se 250 mil matriculas no ensino médio;

· Apenas 45,3 % da população brasileira na faixa entre 15 e 17 anos freqüentam o ensino médio;

· O ensino superior é freqüentado por apenas 7,4% da população brasileira entre 18 e 24 anos.

Notas do Enem são as piores desde 2002

· Os quase três milhões de estudantes que fizeram a prova no ano de 2007 tiveram na parte objetiva a pior média desde 2002:36, 90 – 10 pontos inferior a 2003;

· Em nenhum dos Estados brasileiros a média passou de 40%.

Ensino fundamental e médio não evolui

· Entre 1995 e 2005 a média dos estudantes de 3º ano de ensino médio caiu 32,4 pontos em português e 10,6 pontos em matemática;

· Na região sudeste a média em português caiu 36,13 pontos desde 1995 e a de matemática, 10,84 pontos no ensino médio;

· Apenas a 4º série do ensino fundamental sofreu um pequeno avanço de três pontos na média;


· 52% dos alunos da 5ª série das escolas públicas são completamente analfabetos;

· Segundo dados da Unesco, a taxa de repetência entre alunos da 1ª a 4ª série no Brasil é pior que a do Camboja e equivalente aos de países como Moçambique e Eritréia.

Baixo Índice de Leitura (comparação anual com outros países)

Pais

Livro/ habitante

Brasil

1,8

Colômbia

2,4

EUA

5

Europa

7








Ensino Público x Ensino Privado

Embora o desempenho dos alunos tanto da rede privada quanto da pública tenha piorado nos últimos dez anos, dados das últimas avaliações feitas pelo governo federal apontam que aumentou ainda mais a distância da qualidade de ensino entre os dois sistemas.

Tabulação feita pela Folha mostra que a queda entre 1995 e 2005 nas médias no Saeb (exame aplicado pelo Ministério da Educação) foram maiores na rede pública, o que aumentou a vantagem dos colégios particulares. O caso mais grave ocorreu no 3º ano do ensino médio (antigo colegial), em que a diferença entre os dois sistemas cresceu 182,95% em português. Em 1995, as particulares tinham médias 8,27% maiores do que as públicas, número que subiu para 23,4% em 2005. O mesmo movimento aconteceu em matemática e também na 4ª e na 8ª séries do fundamental (antigo primário).



Explicação dos especialistas



Para Lisandre Maria Castelo Branco, professora da Faculdade de Educação da USP, o problema está no desvio de função das escolas nos últimos anos. "A escola é cada vez menos escola. Ela passa a ser um local de assistencialismo quando passa a distribuir camisinha, por exemplo. As escolas mais tradicionais, que têm como função ensinar são as que têm melhor resultado", diz.

Para Roberto da Silva, professor do departamento de administração escolar e economia da educação da Faculdade de Educação da USP, a explicação para a queda de desempenho também na rede particular é a "concorrência" com os meios eletrônicos. "A década avaliada sofreu um verdadeiro "boom eletrônico", com celular, internet e games de todos os tipos que, se despertam outras habilidades, como a resolução de problemas, concorrem com os hábitos de leitura."

quarta-feira, 14 de março de 2007

Falta de investimentos em educação é causa de marginalidade

Por: Marcio Zonta

O Brasil passa por um de seus piores momentos na Segurança Pública.Governantes dizem que a solução é equipar e treinar melhor a polícia, aumentar o número de guardas nas ruas, com rondas intensivas, instalar câmeras nos principais pontos das cidades, construírem mais presídios ou inaugurar novas alas e até solicitar a ajuda do exército, porém, pouco se diz que no país, praticamente existe uma polícia para cada tipo de delito ou o que se considere delito, como especializada à assalto a banco, tráfico de drogas, seqüestro, contrabando de produtos, esquadrão anti-bombas e, até para expulsarem camelôs das ruas etc. Com certeza os recursos financeiros e humanos, policiais que perdem suas vidas exercendo a profissão ou que matam inocentes e criminosos são extensos, e os gastos com componentes, como investiu o Estado de São Paulo desde 1995, em 10.904 viaturas, 1.807 motos, 174 bases móveis e 24 trailers, teve o resultado de investimentos de mais de R$ 335 milhões.Estima-se, que no Brasil, o gasto com a segurança pública no ano de 2003 chegou ao valor de R$ 12,7 bilhões, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública.Entretanto, em meio a tantos investimentos, um estudo de economistas brasileiros, que compararam dados oficiais, revela que dos 12 estados brasileiros que mais gastam em segurança pública, 10 apresentam índices de criminalidade maiores que a média nacional.E, ainda, afirmam que as condições sociais podem determinar se existirá maior índice de violência ou não.Além disso, parte dos policiais não escolheu sua profissão, mas estão nela, por pura falta de opção de emprego, estavam desempregados pelo tempo aproximado de um ano e meio, sofrem de auto-estima baixa e acreditam que sua missão e tarefa na polícia sejam prender e matar marginal, é o que revelou um documentário feito no Estado do Rio de Janeiro, após o incidente trágico que matou uma refém e um assaltante num ônibus municipal no ano de 2000.Outro dado peculiar crucial no perfil do policial no país é o baixo grau de instrução educacional, pois segundo um relatório de pesquisa, de fevereiro de 2005 a maio de 2006, do Ministério da Justiça, aponta, que praticamente metade dos homens que compõem o efetivo policial de 20 estados brasileiros têm como grau de instrução o médio completo, cerca de 28% do efetivo o grau de instrução abaixo do ensino médio completo, destacando apenas cerca de 15% dos homens possuindo grau superior completo ou incompleto.

Nesse sentido há outro fato importante de ser notado; é que a criminalidade aumenta no Brasil paralelamente com a degradação do ensino no país, o que com certeza pode explicar muito dessa crise. Dados do Ministério da Educação revelam que 52% dos alunos da 5ª série das escolas públicas são completamente analfabetos e 74% da população entre 15 e 64 anos possuem dificuldades de leitura e escrita, mais, segundo dados da Unesco, a taxa de repetência entre alunos da 1ª a 4ª série no Brasil é pior que a do Camboja e equivalente aos de países como Moçambique e Eritréia.

Segundo verificou pesquisas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), hoje o Brasil gasta com recursos públicos em educação, 04% do PIB, porém, seria necessário o gasto de 08% do PIB para suprir as demandas do plano nacional de educação.

Portanto, evidencia-se que a educação em todo o seu âmbito teria que receber total preocupação, para que no Brasil seja revertido o caso de horror existente em relação ao ensino, que culmina nas principais manchetes de violência que acompanhamos a cada dia.

segunda-feira, 12 de março de 2007

"V" de Vingança

Por Marcão


Muitas pessoas que viram o filme "V de Vingança" não sabiam, e talvez ainda não saibam, que a história original dele veio de um HQ. Com o sucesso das telonas, os quadrinhos também voltaram demonstrando a obra de arte que foi escrita em 1982. Alan Moore (A Liga Extraordinária) e David Lloyd (Marvel UK) demonstra uma realidade de um possível futuro que acontecera após uma guerra nuclear.

O ano é 1997, a Ingleterra está oprimida e a política ditatorial dominou. Todas as ruas tem câmeras e todos podem ser vistos (Referência à "1984" de George Orwell), o preconceito e racismo é altamente publicado e divulgado e a miséria é muito forte. Nessa opressão que o país vive, surge V. Revolucioinário e anônimo, V tem o objetivo de abrir os olhos da população em meio de uma guerra que ele mesmo causou. Evey Hammond, personagem principál desta trama, é uma menina que estava sendo capturada pelos policiais mas que foi salva por V e a partir deste dia Evey começa a andar com ele.





Com trama envolvente e intrigante que mostra os dois lados da história, V de Vingança tem uma característica muito peculiar em suas artes, que é um show à parte, em não expressar as onomatopéias nos quadrinhos, dando uma sensação mais sombria à HQ além da sensação "ninguém nos ouve". Tons sombrios completam essa obra de arte e o eterno sorriso da máscara de V, o torna um personagem algumas vezes idolatrado, outras vezes odiado.
V de Vingança é um quadrinho que é obrigatória a leitura para os fãs de quadrinhos e uma boa recomendação para os que gostam de uma história atraente e que mostra pontos de vista diferentes.

Flow ae!

domingo, 11 de março de 2007

Domingo de Conto

Por Alessandra

Olá! Nesta semana trago até vocês Machado de Assis, em um conto publicado originalmente em 1884, em A Estação.

Nesta obra, ele fala do carisma, dos sonhos, do poder de persuasão, da inconseqüência e da vitalidade dos vinte anos. Quem, de seus vinte ou vinte e poucos anos, nunca se viu revoltado com a sociedade e, no minuto seguinte, comentando o último lançamento espacial? É sobre isso o conto, sobre a capacidade de ter o mundo em um segundo que só quem tem vinte anos pode reconhecer.

Espero que se reconheçam nas andanças de Gonçalves não somente os de vinte e poucos anos de idade, mas também aqueles que sempre terão vinte e poucos anos no coração.

Boa semana!


Vinte Anos! Vinte Anos!

Machado de Assis

Gonçalves, despeitado, amarrotou o papel, e mordeu o beiço. Deu cinco ou seis passos no quarto, deitou-se na cama, de barriga para o ar, pensando; depois foi à janela, e esteve ali durante dez ou doze minutos, batendo o pé no chão e olhando para a rua, que era a rua detrás da Lapa.

Não há leitor, menos ainda leitora, que não imagine logo que o papel é uma carta, e que a carta é de amores, alguma zanga de moça, ou notícia de que o pai os ameaçava, que a intimou a ir para fora, para a roça, por exemplo. Vãs conjecturas! Não se trata de amores, não é mesmo carta, posto que haja embaixo algumas palavras assinadas e datadas, com endereço a ele. Trata-se disto. Gonçalves é estudante, tem a família na província e um correspondente na corte, que lhe dá a mesada. Gonçalves recebe a mesada pontualmente; mas tão depressa a recebe como a dissipa. O que acontece é que a maior parte do tempo vive sem dinheiro; mas os vinte anos formam um dos primeiros bancos do mundo, e Gonçalves não dá pela falta. Por outro lado, os vinte anos são também confiados e cegos; Gonçalves escorrega aqui e ali, e cai em desmandos. Ultimamente, viu um sobretudo de peles, obra soberba, e uma linda bengala, não rica, mas de gosto; Gonçalves não tinha dinheiro, mas comprou-os fiado. Não queria, note-se; mas foi um colega que o animou. Lá se vão quatro meses; e instando o credor pelo dinheiro, Gonçalves lembrou-se de escrever uma carta ao correspondente, contando-lhe tudo, com tais maneiras de estilo, que enterneceriam a mais dura pedra do mundo.

O correspondente não era pedra, mas também não era carne; era correspondente, aferrado à obrigação, rígido, e possuía cartas do pai de Gonçalves, dizendo-lhe que o filho tinha uma grande queda para gastador, e que o reprimisse. Entretanto, estava ali uma conta; era preciso pagá-la. Pagá-la era animar o moço a outras. Que fez o correspondente? Mandou dizer ao rapaz que não tinha dúvida em saldar a dívida, mas que ia primeiro escrever ao pai, e pedir-lhe ordens; dir-lhe-ia na mesma ocasião que pagara outras dívidas miúdas e dispensáveis. Tudo isso em duas ou três linhas embaixo da conta, que devolveu.

Compreende-se o pesar do rapaz. Não só ficava a dívida em aberto, mas, o que era pior, ia notícia dela ao pai. Se fosse outra coisa, vá; mas um sobretudo de peles, luxuoso e desnecessário, uma coisa que realmente ele achou depois que era um trambolho, pesado, enorme e quente... Gonçalves dava ao diabo o credor, e ainda mais o correspondente. Que necessidade era essa de ir contá-lo ao pai? E que carta que o pai havia de escrever! que carta! Gonçalves estava a lê-la de antemão. Já não era a primeira: a última ameaçava-o com a miséria.

Depois de dizer o diabo do correspondente, de fazer e desfazer mil planos, Gonçalves assentou no que lhe pareceu melhor, que era ir à casa dele, na Rua do Hospício, descompô-lo, armado de bengala, e dar-lhe com ela, se ele replicasse alguma coisa. Era sumário, enérgico, um tanto fácil, e, segundo lhe dizia o coração, útil aos séculos.

— Deixa estar, patife! quebro-te a cara.

E, trêmulo, agitado, vestiu-se às carreiras, chegando ao extremo de não pôr a gravata; mas lembrou-se dela na escada, voltou ao quarto, e atou-a ao pescoço. Brandiu no ar a bengala para ver se estava boa; estava. Parece que deu três ou quatro pancadas nas cadeiras e no chão — o que lhe mereceu não sei que palavra de um vizinho irritadiço. Afinal saiu.

— Não, patife! não me pregas outra.

Eram os vinte anos que irrompiam cálidos, férvidos, incapazes de engolir a afronta e dissimular. Gonçalves foi por ali fora, Rua do Passeio, Rua da Ajuda, Rua dos Ourives, até à Rua do Ouvidor. Depois lembrou-se que a casa do correspondente, na Rua do Hospício, ficava entre as de Uruguaiana e dos Andradas; subiu, pois, a do Ouvidor para ir tomar a primeira destas. Não via ninguém, nem as moças bonitas que passavam, nem os sujeitos que lhe diziam adeus com a mão. Ia andando à maneira de touro. Antes de chegar à Rua de Uruguaiana, alguém chamou por ele.

— Gonçalves! Gonçalves!

Não ouviu e foi andando. A voz era de dentro de um café. O dono dela veio à porta, chamou outra vez, depois saiu à rua, e pegou-o pelo ombro.

— Onde vais?

— Já volto...

— Vem cá primeiro.

E tomando-lhe o braço, voltou para o café, onde estavam mais três rapazes a uma mesa. Eram colegas dele — todos da mesma idade. Perguntaram-lhe onde ia; Gonçalves respondeu que ia castigar um pelintra, donde os quatro colegas concluíram que não se tratava de nenhum crime público, inconfidência ou sacrilégio — mas de algum credor ou rival. Um deles chegou mesmo a dizer que deixasse o Brito em paz.

— Que Brito? perguntou o Gonçalves.

— Que Brito? O preferido, o tal, o dos bigodes, não te lembras? Não te lembras mais da Chiquinha Coelho?

Gonçalves deu de ombros, e pediu uma xícara de café. Tratava-se nem da Chiquinha Coelho nem do Brito! Há coisa muito séria. Veio o café, fez um cigarro, enquanto um dos colegas confessava que a tal Chiquinha era a pequena mais bonita que tinha visto desde que chegara. Gonçalves não disse nada; entrou a fumar e a beber o café, aos goles, curtos e demorados. Tinha os olhos na rua; no meio da conversa dos outros, declarou que efetivamente a pequena era bonita, mas não era a mais bonita; e citou outras, cinco ou seis. Uns concordaram em absoluto, outros em parte, alguns discordaram inteiramente. Nenhuma das moças citadas valia a Chiquinha Coelho. Debate longo, análise das belezas.

— Mais café, disse Gonçalves.

— Não quer cognac?

— Traga... não... está bom, traga.

Vieram ambas as coisas. Uma das belezas citadas passou justamente na rua, de braço com o pai, deputado. Daqui um prolongamento de debate, com desvio para a política. O pai estava prestes a ser ministro.

— E o Gonçalves genro do ministro!

— Deixa de graças, redargüiu rindo o Gonçalves.

— Que tinha?

— Não gosto de graças. Eu genro? Demais, vocês sabem as minhas opiniões políticas; há um abismo entre nós. Sou radical...

— Sim, mas os radicais também se casam, observou

— Com as radicais, emendou outro.

— Justo. Com as radicais...

— Mas você não sabe se ela é radical.

— Ora bolas, o café está frio! exclamou Gonçalves. Olhe lá; outro café. Tens um cigarro? Mas então parece a vocês que eu chegue a ser genro do ***. Ora que caçoada! Vocês nunca leram Aristóteles?

— Não.

— Nem eu.

— Deve ser um bom autor.

— Excelente, insistiu Gonçalves. Ó Lamego, tu lembras-te daquele sujeito que uma vez quis ir ao baile de máscaras, e nós lhe pusemos um chapéu, dizendo que era de Aristóteles?

E contou a anedota, que na verdade era alegre e estúrdia; todos riram, começando por ele, que dava umas gargalhadas sacudidas e longas, muito longas. Veio o café, que era quente, mas pouco; pediu terceira xícara, e outro cigarro. Um dos colegas contou então um caso análogo, e, como falasse de passagem em Wagner, conversaram da revolução que o Wagner estava fazendo na Europa. Daí passaram naturalmente à ciência moderna; veio Darwin, veio Spencer, veio Büchner, veio Moleschott, veio tudo. Nota séria, nota graciosa, uma grave, outra aguda, e café, cigarro, troça, alegria geral, até que um relógio os surpreendeu batendo cinco horas.

— Cinco horas! exclamaram dois ou três.

— No meu estômago são sete, ponderou um dos outros.

— Onde jantam vocês?

Resolveram fazer uma revista de fundos e ir jantar juntos. Reuniram seis mil-réis; foram a um hotel modesto, e comeram bem, sem perder de vista as adições e o total. Eram seis e meia, quando saíram. Caía a tarde, uma linda tarde de verão. Foram até o Largo de S. Francisco. De caminho, viram passar na Rua do Ouvidor algumas moças retardatárias; viram outras no ponto dos bonds de S. Cristóvão. Uma delas desafiou mesmo a curiosidade dos rapazes. Era alta e fina, recentemente viúva. Gonçalves achou que era muito parecida com a Chiquinha Coelho; os outros divergiram. Parecida ou não, Gonçalves ficou entusiasmado. Propôs irem todos no bond em que ela fosse; os outros ouviram rindo.

Nisto a noite foi chegando; eles tornaram à Rua do Ouvidor. Às sete e meia caminharam para um teatro, não para ver o espetáculo (tinham apenas cigarros e níqueis no bolso), mas para ver entrar as senhoras. Uma hora depois vamos achá-los, no Rocio, discutindo uma questão de física. Depois recitaram versos, deles e de outros. Vieram anedotas, trocadilhos, pachouchadas; muita alegria em todos, mas principalmente no Gonçalves que era o mais expansivo e ruidoso, alegre como quem não deve nada. Às nove horas tornou este à Rua do Ouvidor, e, não tendo charutos, comprou uma caixa por vinte e dois mil-réis, fiado. Vinte anos! Vinte anos!

sexta-feira, 9 de março de 2007

A Grande Piada do Ano



Borat - Por Danilo e Wings

Tirar sarro dos americanos é moda hoje. Mas ninguém fez com tanta classe quanto o britânico Sacha Baron Cohen interpretando um amalucado repórter do "glorioso país Cazaquistão”, de nome Borat e expõe a verdadeira América para o mundo. Preconceituosa, ignorante e estúpida como todos já desconfiavam.

Sob o pretexto de fazer um documentário para mostrar os costumes dos EU e A para o povo cazaquistanês, o humorista explora e interage com os diferentes classes sociais e tribos americanas, como: rappers, dondocas, prostitutas, cowboys executivos, entre outros. Sem sutilezas, o assunto principal é abordado e geralmente definido com uma falta de bom senso absurda.

Vencedor do globo de ouro de melhor filme de comédia e melhor ator humorístioco, juntamente com dezenas de processos movidos pelas pessoas inconscientemente filmadas, esse é o filme mais polêmico dos últimos anos, deixando até o “grande acusador” Michael Moore no chinelo. Se prepare para cenas escatológicas, e leve um lenço para enxugar as lágrimas de tanto rir. Atente também para a trilhas sonora, cheia de clássicos e não saia até aparecer a ultima palavra dos créditos (vai valer a pena, confie).


http://www.moviecompound.com/reviews/posters/borat.jpg http://www.moviemaze.de/filme/1608/poster05.jpg

Ficha Técnica*:
Título Original: Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 84 minutos
Ano de Lançamento (EUA):
2006
Site Oficial: www.boratmovie.com

*Fonte: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/borat/borat.asp