quarta-feira, 14 de março de 2007

Falta de investimentos em educação é causa de marginalidade

Por: Marcio Zonta

O Brasil passa por um de seus piores momentos na Segurança Pública.Governantes dizem que a solução é equipar e treinar melhor a polícia, aumentar o número de guardas nas ruas, com rondas intensivas, instalar câmeras nos principais pontos das cidades, construírem mais presídios ou inaugurar novas alas e até solicitar a ajuda do exército, porém, pouco se diz que no país, praticamente existe uma polícia para cada tipo de delito ou o que se considere delito, como especializada à assalto a banco, tráfico de drogas, seqüestro, contrabando de produtos, esquadrão anti-bombas e, até para expulsarem camelôs das ruas etc. Com certeza os recursos financeiros e humanos, policiais que perdem suas vidas exercendo a profissão ou que matam inocentes e criminosos são extensos, e os gastos com componentes, como investiu o Estado de São Paulo desde 1995, em 10.904 viaturas, 1.807 motos, 174 bases móveis e 24 trailers, teve o resultado de investimentos de mais de R$ 335 milhões.Estima-se, que no Brasil, o gasto com a segurança pública no ano de 2003 chegou ao valor de R$ 12,7 bilhões, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública.Entretanto, em meio a tantos investimentos, um estudo de economistas brasileiros, que compararam dados oficiais, revela que dos 12 estados brasileiros que mais gastam em segurança pública, 10 apresentam índices de criminalidade maiores que a média nacional.E, ainda, afirmam que as condições sociais podem determinar se existirá maior índice de violência ou não.Além disso, parte dos policiais não escolheu sua profissão, mas estão nela, por pura falta de opção de emprego, estavam desempregados pelo tempo aproximado de um ano e meio, sofrem de auto-estima baixa e acreditam que sua missão e tarefa na polícia sejam prender e matar marginal, é o que revelou um documentário feito no Estado do Rio de Janeiro, após o incidente trágico que matou uma refém e um assaltante num ônibus municipal no ano de 2000.Outro dado peculiar crucial no perfil do policial no país é o baixo grau de instrução educacional, pois segundo um relatório de pesquisa, de fevereiro de 2005 a maio de 2006, do Ministério da Justiça, aponta, que praticamente metade dos homens que compõem o efetivo policial de 20 estados brasileiros têm como grau de instrução o médio completo, cerca de 28% do efetivo o grau de instrução abaixo do ensino médio completo, destacando apenas cerca de 15% dos homens possuindo grau superior completo ou incompleto.

Nesse sentido há outro fato importante de ser notado; é que a criminalidade aumenta no Brasil paralelamente com a degradação do ensino no país, o que com certeza pode explicar muito dessa crise. Dados do Ministério da Educação revelam que 52% dos alunos da 5ª série das escolas públicas são completamente analfabetos e 74% da população entre 15 e 64 anos possuem dificuldades de leitura e escrita, mais, segundo dados da Unesco, a taxa de repetência entre alunos da 1ª a 4ª série no Brasil é pior que a do Camboja e equivalente aos de países como Moçambique e Eritréia.

Segundo verificou pesquisas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), hoje o Brasil gasta com recursos públicos em educação, 04% do PIB, porém, seria necessário o gasto de 08% do PIB para suprir as demandas do plano nacional de educação.

Portanto, evidencia-se que a educação em todo o seu âmbito teria que receber total preocupação, para que no Brasil seja revertido o caso de horror existente em relação ao ensino, que culmina nas principais manchetes de violência que acompanhamos a cada dia.

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