domingo, 20 de maio de 2007

Domingo de Conto


por Jonas Souza


John Ronald Reuel Tolkien nasceu em Bloemfontein, África do Sul, no dia 3 de janeiro de 1892, e morreu em 2 de setembro de 1973.


Era costume de Tolkien contar histórias, criadas por ele próprio, para seus filhos. Certo dia, quando corrigia provas da faculdade, ele se deparou com uma folha em branco e, movido por um impulso inexplicável, escreveu nela: "Numa toca no chão vivia um hobbit".


Tolkien decidiu então "descobrir" o que era o tal hobbit, e a partir disso criou mais uma história para seus filhos, com as aventuras do hobbit Bilbo. A história, datilografada, chegou às mãos de Stanley Unwin, da editora George Allen and Unwin, que pediu a seu filho de 10 anos, Rayner, para resenhá-la. O garoto adorou o livro, e Stanley Unwin decidiu publicá-lo em 1937 com o título "O Hobbit". O sucesso foi tamanho que o editor pediu a Tolkien uma continuação das aventuras de Bilbo.


Assim como seu predecessor, “O Senhor dos Anéis” continua a saga dos seres da Terra-média em aventuras épicas. Mas, dessa vez, tudo é muito mais amplo, detalhado e emocionante. Novas raças são apresentadas, lugares ainda mais belos que Valfenda ou o pacato Condado aparecem e personagens já conhecidos retornam para auxiliar na jornada da nova geração de heróis.


A obra é composta de três volumes e conta a história da “Guerra do Anel”, onde todos os Povos Livres se juntam para tentar impedir o retorno de Sauron, o maléfico senhor de Mordor. O vilão está em busca do Um Anel, artefato criado pelo próprio e que dá ao portador o poder de dominar toda a Terra-média.


A grande esperança de salvação está em um jovem hobbit, Frodo Bolseiro, que recebe a missão de conduzir o Um Anel ao local onde foi forjado. Trata-se da Montanha da Perdição, situada no interior de Mordor, onde o objeto deve ser atirado, causando sua destruição e o fim da ameaça de Sauron.


Para ajudar na difícil jornada, Frodo conta com Gandalf, um velho e sábio mago, Aragorn, um nobre guerreiro exilado, os hobbits Sam, Pippin e Merry, o elfo Legolas, o anão Gimli e o humano Boromir. Juntos, eles enfrentam os mais terríveis obstáculos, sendo perseguidos por assustadores orcs, gigantescos trolls e cavaleiros negros, entre outras criaturas.


A trama é envolvente e consegue trazer emoções novas a cada capítulo. Cada personagem tem uma personalidade marcante, única, que vai crescendo e se fortalecendo no decorrer da história e fazendo com que o leitor se identifique com pelo menos um deles. Outra característica que merece destaque é a descrição dos ambientes, marca registrada de Tolkien. Há passagens de tirar o fôlego, como a jornada dentro das sombrias cavernas de Mória ou a emocionante batalha nos campos de Pelennor.


A ação acontece de forma crescente nos três volumes. O primeiro, “A Sociedade do Anel”, começa lembrando um pouco a narrativa simples de “O Hobbit”, com uma grande festa, muita alegria e situações cômicas. Quando os hobbits partem do Condado, a trama ganha mais suspense, com os traiçoeiros cavaleiros negros no encalço dos heróis. E a aventura só vai aumentando no decorrer dos capítulos, alternando com momentos mais calmos, como Tom Bombadil, a estada em Valfenda e a visita a Lothlórien, o mais belo dos reinos da Terra-média, governado por Galadriel, a senhora dos elfos.


O segundo volume, “As Duas Torres”, começa com uma grande reviravolta que muda os rumos da narrativa. A ação está muito mais presente neste livro, que traz uma emocionante batalha onde homens e orcs se enfrentam. Personagens que terão importância fundamental nos momentos finais, como o rei Théoden, a donzela Éowyn e o nobre Faramir são apresentados. Com a ameaça de Sauron crescendo cada vez mais, os heróis amadurecem, perdendo um pouco do espírito brincalhão.


A etapa final do grande épico de Tolkien acontece no volume três, intitulado “O Retorno do Rei”. Aqui são narrados os acontecimentos finais da “Guerra do Anel”, a grande batalha entre o bem e o mal. O livro possui uma narrativa muito mais dramática e acelerada que os anteriores, com uma sucessão alucinante de eventos épicos. Frodo Bolseiro está cada vez mais próximo de alcançar seu objetivo, mas as forças do Mal


A essa altura, Rayner já havia crescido e passado a ocupar o cargo de seu pai na editora. Decidido a arriscar, Rayner publicou "O Senhor dos Anéis" em três volumes, lançados de 1954 a 1955.


O sucesso, estrondoso, surpreendeu a todos, inclusive a Tolkien. Uma edição pirata do livro, lançada nos Estados Unidos em 1965, ampliou ainda mais tal êxito, já que os adeptos da contracultura e do movimento hippie se identificaram profundamente com a narrativa.


Agora o verso do anel em várias línguas (inclusive nos idiomas que Tolkien criou):


Portugues (Brasileiro):Três anéis para os Reis Elfos sob este céu, Sete para os Senhores Anões em seus rochosos corredores, Nove para Homens Mortais, fadados ao eterno sono, Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam. Um anel para a todos governar, Um anel para encontrá-los, Um anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los Na Terra de Mordor onde as sombras se deitam.


Idioma Élfico (Quenya):Neldë Cormar Eldaron Aranen nu i vilya, Otso Heruin Naucoron ondeva mardentassen, Nertë Firimë Nérin yar i Nuron martyar, Minë i Morë Herun mormahalmaryassë Mornórëo Nóressë yassë i Fuini caitar. Minë Corma turië të ilyë, Minë Corma hirië të, Minë Corma hostië të ilyë ar mordossë nutië të Mornórëo Nóressë yassë i Fuini caitar.


Idioma Élfico (Sindarin):Neledh Chorvath'nin Ellerain no i menel, Odo'ni Nauhírath ne rynd gonui în, Neder'ni Fîr Fírib beraid fíred, Êr am Morchír ned morn-orchamm dîn Ne Dor e-Mordor ias i-nDúath caedar. Er-chorf hain torthad bain, Er-chorf hain hired, Er-chorf hain toged bain a din fuin hain nuded Ne Dor e-Mordor ias i-nDúath caedar.


Idioma Orc (Orksih):Gakh Nazgi Ilid Albai Golug-durub-uuri lata-nuut. Udu takob-ishiz gund-ob Gazat-shakh-uuri. Krith Shara-uuri matuurz matat duumpuga. Ash tug Shakhbuurz-uur Uliima-tab-ishi za, Uzg-Mordor-ishi amal fauthut burguuli. Ash nazg durbatuluk, Ash nazg gimbatul, Ash nazg thrakatuluk, Ugh burzum-ishi krimpatul, Uzg-Mordor-ishi amal fauthut burguuli.


Galego:Tres Anéis pra os reis trasnos embaixo o ceo, Sete pros señores ananos en casas de pedra, Nove pros homes mortais condeados a moriren, Un pro señor da Escuridade, sobor do trono escuro, Na terra de Mordor onde se espallan as sombras, Un anel pra os gobernaren a todos. Un anel pra os atoparen, Un anel pra os atraeren a todos e agulletalos ás tebras, Na terra de Mordor onde se espallan as sombras.


Inglês:Three Rings for the Elven kings under the sky, Seven for the Dwarf-lords in their halls of stone, Nine for Mortal Men, doomed to die, One for the Dark Lord on his Dark Throne, In the land of Mordor where the shadows lie, One Ring to rule them all, One Ring to find them, One ring to bring them all, and in the darkness bind them, In the Land of Mordor where the shadows lie.


Françês:Trois Anneaux pour les Elfes Rois sous le ciel, Sept pour les seigneurs Nains dans leurs Palais de Pierre, Neuf pour les Hommes mortels condamnés à mourir, Un pour le Seigneur Ténébreux sur son trône noir, Au pays de Mordor où règnent les Ombres. Un Anneau pour les diriger tous, un pour les trouver, Un anneau pour les rassembler tous, et dans les ténèbres les lier, Au pays de Mordor où règnent les Ombres.


Espanhol:Tres anillos para los Reyes Elfos bajo el cielo Siete para los señores enanos en casas de piedra Nueve para los hombres mortales condemnados a morir Uno para el señor de la Oscuridad, sobre el trono oscuro en la tierra de Mordor donde se extienden las Sombras. Un anillo para gobernarlos a todos. Un anillo para encontrarlos, un anillo para atraerlos a todos y atarlos a las tinieblas en la tierra de Mordor donde se extienden las Sombras.


Italiano:Tre anelli per i re di Elven sotto il cielo sette per i signori nani nei loro corridoi della pietra nove per gli uomini mortali, condannata per morire uno per il signore scuro, sul suo anello scuro del throne uno per regolarli tutti, un anello per trovarli un anello per portarli tutti e nella nerezza li legano, nella terra di Mordor, in cui le ombre si trovano.


Latin:Três anuli pro regibus Quendorun sub caelo, Septen pro dominis in regia lapídea eorun, Novem pro Viris mortalis mori condemnatis, Unus pro domino nefario on solio obscuro eius, In terra Mordoris ubi umbrae iacent. Unus Anulus ea invenie, Unus Anulus ea omnia collocare et ea in tenebris nectere, In terra Mordoris ubi umbrae iacent.


e a parte final (a que está escrita no anel) na língua de Mordor que não deve ser pronunciada:


Ash nazg durbatulûk, ash nazg gimbatul,

ash nazg thrakatulûk agh burzum-ishi krimpatul.

Um comentário:

Marcelo Sinelli disse...

boa Jonas. Muito bom mesmo.