quarta-feira, 18 de abril de 2007

Dislexia Pode Levar a Marginalização Social





Por: Márcio Zonta


A dislexia, uma disfunção neurológica, que leva o indivíduo portador a várias dificuldades, principalmente na leitura e escrita, é desconhecida por grande parcela da sociedade. Os professores, são geralmente os primeiros a perceberem as dificuldades das crianças na fase de alfabetização, porém, sem muitas informações sobre o distúrbio, os mesmos não as atende de maneira a amenizar os problemas para dar continuidade ao aprendizado, recorrendo aos pais que procuram profissionais ligados à área, estes também pelo mesmo motivo dos professores, não conseguirão equacionar as dificuldades das crianças.

Na maioria dos casos, começa aí, o árduo caminho que a família e a criança percorrerão, até que tenham orientação adequada. Antes disso, a criança poderá ser rotulada por pais e professores como; "preguiçosa", "burra", "desligada" e "desinteressada".

Segundo a única entidade no país a executar o diagnóstico multidisciplinar da dislexia, a Associação Brasileira de Dislexia – ABD constatou entre seus atendidos no ano de 2006, que os graus de dislexia; médio e severo são os mais comuns entre as crianças em fase de alfabetização, confirmando a suspeita que já existia entre os seus profissionais. Esses indivíduos têm uma defasagem na leitura de cerca de 01 a 02 anos, apresentando disnomia (dificuldade em nomear ou reconhecer nomes de objetos, coisas etc.) e com a parte lingüística alterada de forma acentuada. Diante desse quadro, chegando à fase adulta esses indivíduos têm ainda sua baixa auto-estima , caso não tenham nenhuma orientação adequada ou tratamento.



Pesquisas realizadas com a população carcerária de Londres divulgada no livro: The adult dyslexic The interventions & outcomes (O adulto disléxico – As intervenções e os resultados), dos autores David McLoughlin, Carol Leather e Patricia Stringer, comprova que 50% doa adultos sofrem de dislexia e acabam cometendo delitos por ter sua baixa auto-estima, advindo de uma sociabilidade prejudicada, expectativas frustradas e por se submeterem apenas às atividades secundárias. Seja no Brasil ou em Londres o quadro educacional parece ser o mesmo, um método de ensino que lida com todos da mesma maneira, sem fazer surgir qualidades e habilidades peculiares, principalmente dos que apresentem dificuldades específicas em determinada área do aprendizado.

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